Anoiteceres e ausências
O teu amor em mim,
alimenta o meu amor por ti,
intenso amor que nos aproxima,
nos incita, ainda que, às vezes, extenuante.
Esse amor que tem fome,
que nos consome nas noites de nudezes.
Às vezes frugal, outras entre tormentas,
num habitar em mim de odores e carnes...
Entre algazarras, me entrego, a deriva.
Ah, esse amor de descobertas imensas!
Quantos caminhos errei ao teu encontro?
Ah, se o tempo voltasse com teus beijos!
Errei caminhos, entre perdas e buscas.
Agora percebo os tempos perdidos, as feridas,
o precário equilíbrio dos nossos encontros.
Tua ausência, agora, persiste nesses anoiteceres lentos...
Desfez-se a graça dos teus passos. desfez-se a chama.
Ah, esse amor inexato, que não volta mais!
Finda as tardes, as noites, nessas reflexões persistentes.
Restam minhas lembranças e essa tortura insistente...