POEMA SATURNINO

O círculo rebelou-se.

Rompeu a completude assente

para tornar-se metade,

interrogante e vivente.

O círculo perfeito

olhou a perfeição cíclica do sol

e disse: "Não!

Não à impossibilidade do caminho,

sem volta ou partida,

começo e fim

num só lugar.

Quero a estrada dividida.

Quero o findar

e o recomeçar”.

Assim falou o círculo

à perfeição cíclica do sol.

O deus beijou-lhe a fronte

e deu-lhe, do fundo da algibeira,

as duas bandas do mistério:

o círculo e sua sombra,

musa e companheira.

James Melo
Enviado por James Melo em 21/05/2024
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