A SINA DE UM BONACHÃO
No vigor da mocidade, caminha um bonachão,
Entre sonhos e esperanças. Companheira? A solidão!
Batalha árdua, luta constante, jornada dividida
Com o peso da miséria que leva, retalhos da sua vida.
Sonhos tecidos em fios dourados se entrelaçam,
Mas, a mão calejada não alcança a estrela que brilha.
Na mesquinhez da sociedade, suas asas se embaraçam,
Na realidade cruel onde o hipócrita o enquizila.
Anos se passam como rios, levando consigo a juventude,
E o sublime homem, na margem, vê seu sonho naufragar.
A desesperança como manto, cobre-lhe a magnitude,
Enquanto a sociedade, com a sua hipocrisia, segue a navegar.
No cansasso da velhice, seu corpo curvado se rende,
Diante da iminência da morte, o olhar cansado brilha.
E no limiar do além, a visão que o tempo estende,
Revela, enfim, os sonhos que a vida lhe negou em sua trilha.
Diante dos seus olhos, como um filme a desenrolar,
Seus sonhos perdidos, agora ganham vida e cor.
Na tela dos seus dias, relampejos voltam a brotar,
Todos seus anseios, que nunca os perdeu, mesmo na dor.
Um lar acolhedor, onde o amor é a própria essência,
Uma família unida, onde o afeto é o maior ancoradouro.
E no coração desse ser simples, renasce a crença,
De que na vida, afinal, a virtude foi o seu maior tesouro.
Assim, na hora derradeira, entre suspiros e sorrisos,
O bonachão parte, mas não na solidão da saudade.
E os sonhos não realizados, encontra o bálsamo precioso,
Que ilumina a sua jornada, para sempre, na eternidade.
Autor: Claudianor Dantas
Link da poesia abaixo:
https://poesiaseprosaspotiguares.blogspot.com/2024/05/a-sina-de-um-bonachao.html