ABRACADABRA
O mundo está louco,
virado ao avesso.
Ando em tropeços
com os meus travesseiros.
Tudo bem,
nem vem que não tem!
Não quero mais
fazer proezas,
procuro a sutileza
do invisível
e o sopro angelical.
Abracadabra,
meu bem!
Já vivi o bem e o mal.
Nem vem que não tem,
não tenho medo
do juízo final.
Foi tudo legal,
mesmo as doideiras.
Sigo mais lento
para o voo derradeiro
do grand finale.
Bruxa, voz de cristal,
transgressora do bem,
você me enfeitiçou
e agora quero mais.
Abracadabra,
meu bem!
Já vivi o bem e o mal.
Nem vem que não tem,
não tenho medo
do juízo final.
Nem isso, nem aquilo…
não preciso mais fazer.
Se é para amar ou errar,
prefiro me aquietar
e viver o meu sossego.
Quero lavar louças,
ver um filme nas tardes,
ler um livro enquanto
a chuva cai
e curtir as plantas
no quintal.
Abracadabra,
meu bem!
Já vivi o bem e o mal.
Nem vem que não tem,
não tenho medo
do juízo final.
(Homenagem à Rita Lee)