ABRACADABRA

O mundo está louco,

virado ao avesso.

Ando em tropeços

com os meus travesseiros.

Tudo bem,

nem vem que não tem!

Não quero mais

fazer proezas,

procuro a sutileza

do invisível

e o sopro angelical.

Abracadabra,

meu bem!

Já vivi o bem e o mal.

Nem vem que não tem,

não tenho medo

do juízo final.

Foi tudo legal,

mesmo as doideiras.

Sigo mais lento

para o voo derradeiro

do grand finale.

Bruxa, voz de cristal,

transgressora do bem,

você me enfeitiçou

e agora quero mais.

Abracadabra,

meu bem!

Já vivi o bem e o mal.

Nem vem que não tem,

não tenho medo

do juízo final.

Nem isso, nem aquilo…

não preciso mais fazer.

Se é para amar ou errar,

prefiro me aquietar

e viver o meu sossego.

Quero lavar louças,

ver um filme nas tardes,

ler um livro enquanto

a chuva cai

e curtir as plantas

no quintal.

Abracadabra,

meu bem!

Já vivi o bem e o mal.

Nem vem que não tem,

não tenho medo

do juízo final.

(Homenagem à Rita Lee)

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 19/05/2024
Reeditado em 21/05/2024
Código do texto: T8066654
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