Nas Asas da Esperança (RIO GRANDE DO SUL)

 

 

Em meio ao caos, a terra chora,

A dor ecoa, incessante,

O vento traz lamentos de outrora,

Histórias silenciadas em um instante.

 

Corpos despedaçados, sonhos desfeitos,

A perca pesa no ar denso,

Lágrimas tecem lençóis estreitos,

Abraçando o vazio imenso.

 

Os olhos buscam, mas não encontram,

Rostos queridos que se foram,

Memórias que o tempo espantam,

Nomes que a alma devoram.

 

Mas em meio à escuridão devastadora,

Uma chama tênue persiste,

A esperança, quase sedutora,

Num coração que ainda resiste.

 

A vida, teimosa, renasce,

Das cinzas, florescem canções,

E a certeza de que um novo enlace

Unirá outras gerações.

 

As vidas perdidas não são esquecidas,

São sementes de um futuro ansiado,

E a dor, transformada em ferida,

Cicatriza num mundo renovado.

 

E assim, sob o sol nascente,

Promessas de recomeço se esboçam,

A calamidade, embora presente,

Ensina que as raízes não se desfaçam.

 

Pois na eternidade dos momentos idos,

A esperança é o farol que guia,

E na memória dos entes queridos,

Encontramos a força que irradia.

 

 

 

 

A Sales
Enviado por A Sales em 19/05/2024
Código do texto: T8066238
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