ESPERANZA
Ainda a pouco vi um bicho,
ou melhor, dizendo, um filhotinho.
Era um bichinho tão pequenino...
Esquelético, imundo e faminto.
Comia a comida do lixo com tanta gula,
que passei lhe por despercebido.
A comida, mesmo estando toda deteriorada,
lhe parecia muito apetitosa, tamanha sua fome.
E só mesmo após observar
com mais atenção, foi que pude perceber...
Não era um bicho.
Era a Esperanza, que já nasceu
sem nenhuma esperança.
Que pena criança...
Eu também faço parte desse lixo,
que todos o chamam de sociedade.
Pitangui MG, 17de maio de 2024.