“O INDOMAVEL TEMPO”.

Tempo...

Que vem como tempestade,

E a nossa existência invade,

Sem nos pedir permissão!

Que leva ansiedade e sonhos,

E faz do alegre tristonho,

Sem nenhuma consternação!

Tempo...

Que ao tagarela faz emudecer,

E nos envelhece sem perceber,

Tudo isso em sua trajetória!

Que ao duro ferro tu desgastas,

Deixas diferente onde passas,

Pronto a consumir toda glória!

Tempo...

Ser impassível e imponderado,

Arrasta tudo não importa o lado,

Nato removedor das desavenças!

Que não se importa com beleza,

Capaz de desfazer as incertezas,

Mantidas pelas imprudências!

Tempo...

Que consegue mudar o coração,

Fazendo revelar-se falsa afeição,

Escondidas no íntimo do ser!

É trem de vagões abarrotados,

Trazendo consigo, dores e enfados,

Levando o homem a entender!

Tempo...

Que ninguém detém ou o impede,

É um viajante que não retrocede,

Traz o renascer de novas eras!

Que embora leve tudo a eito,

Único que a tudo impõe respeito,

Fazes ritmar o coração das feras!

Tempo...

Que silencias cada emoção,

Um pacificador sem restrição,

Mestre que ensina o mitigar!

Carrega como águas em talude,

É verdadeiro a ninguém ilude,

E que faz o valente se humilhar!

Tempo...

Que desfazes as ansiedades,

Faz o coração sentir saudade,

Traz no presente a recordação!

Que não nos deixa no engano,

Ser altivo e sempre soberano,

E que de todo ato faz revelação!

Tempo...

Um criador de oportunidades,

Embora revele as fragilidades,

Não se conforma com promessa!

Mesmo que as mágoas desfaças,

És ser que não admite trapaças,

E trafega sem nenhuma pressa!

Tempo...

Um ser sem prazo de validade,

Para ti não há comodidade,

Que é o único ser impessoal!

Pronto a nos fazer cobranças,

Não hesita em deixar lembranças,

Corrois a vida de forma tão real!

Tempo...

Que mostra todos os defeitos,

Embora brinquemos de ser perfeitos,

Mas tu tempo faz tal revelação!

Que transforma valente em morfina,

E veste de homem o antes menino,

A mostrar o que há em cada coração!

Tempo...

Que percorre lentamente o caminho,

E que um dia nos deixará sozinhos,

A colher cada homem um galardão!

És impassível, rescindes os amores,

E sem piedade faz murcha as flores,

Mas fazes renascer cada estação!

Tempo...

Quisera poder deter-te a caminhada,

Pra nunca ver o fim dessa estrada,

Podendo envelhecer sem ansiedade!

E assim alegrar-me em plena calmaria,

Não me afligir com o passar dos dias,

Sem temores, encarar a dura realidade!

Cbpoesias.

17/05/2024.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 17/05/2024
Reeditado em 18/05/2024
Código do texto: T8065077
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