O GRITO QUE NÃO CESSA!

No âmago da cidade

nas esquinas sombrias

erguem-se vozes cansadas

clamando por justiça.

O vento sussura

escrito nas margens do exílio

com tinta de saudade

desterrado e ferido

tece versos que ecoam

nas veias da liberdade.

Homem comum

carne e memória entrelaçados

anda pelas ruas

testemunha do tempo e da história

ele sou eu, e somos todos

feitos de coisas lembradas e esquecidas

dentro do baú das memórias.

Uma parte de nós é multidão

outra, solidão

somos o delírio da vertigem

o peso da ponderação

navegando entre o concreto e o abstrato

em busca da razão.

E nessa busca incessante

nos tornamos universo

imenso e constante.

A poesia

a nossa arma contra a opressão

a inquietação que nos move

o grito que não cessa!

Mário Margaride(Gilberto Fernandes)

20-04-2024

Gilberto Fernandes
Enviado por Gilberto Fernandes em 14/05/2024
Código do texto: T8063111
Classificação de conteúdo: seguro