Desistir

Desistir é um ato de coragem que nos procura,

Não da vida, das belezas e finitudes que a tornam única.

Desistir de escolhas e caminhos tortuosos na penumbra,

Das noites insones, pensando se poderia ter mudado de atitudes.

Desistir se torna um ato de coragem, às vezes insana,

Quando mesmo quando não se quer desistir do que tanto ama,

É enxergar que o amor ou o ódio estão lado a lado em simbiose estranha,

E mesmo amando, reconhecer que o que menos quer é o que mais te ajuda.

Perceber, nos momentos de sanidade, que o que quer é o mau que machuca,

É a faca que afunda no coração em amargura, e o deixa em estado de penúria,

Saber que por mais que tente, a faca sempre volta novamente, trazendo amargura,

Quem fere tem sempre uma desculpa, mas o sangramento continua.

Desistir no final das contas, não é um ato de coragem pura,

É necessidade que a alma doente em agonia procura,

É a saída que que a razão nos mostra para toda essa loucura,

Desistir é ter fé que trará brandura, é deixar pra trás o que não tem cura.