A vida
A vida é assim, quando você olha para trás,
Não acredita que os anos se passaram sim,
Num piscar de olhos, e percebe que aquela criança,
Cresceu, amadureceu e envelheceu dia a dia sem fim.
Percebe que apesar do corpo agora fraco e alquebrado,
Existe ainda aquela criança brincando dentro de si,
Nos parque e jardins, senta-se pelo cansaço, e fica calado,
O pensamento longe, na infância alegre que teve seu fim
O tempo não passava, as horas paravam, o mundo girava,
Mas dava tempo de todas as brincadeiras no jardim,
Hoje o tempo passa rápido demais, deve ser assim,
Quando vem se aproximando, de nossa porta, o fim.
Na juventude sentia-se dono de si, ideais e metas sem fim,
Planos de uma vida futura, festas e divertimentos imaturos,
O idealismo jorrava de dentro de si, queria mudar o mundo,
E acabou nesse banco de jardim, observando a vida fluir.
A maturidade chegou, as ideias, metas sem fim,
Foram deixados numa caixa, juntando poeira e esquecidos por mim,
Os idealismos tiveram fim, a vida adulta é sempre assim,
O trabalho é a meta, e agora é o cansaço que não tem fim.
Esposa, filhos, netos, todos chegando um a um,
Já não existia mais a criança que ainda resistia dentro de si,
Os filhos vieram, cada um seguindo seus passos assim,
Como uma obrigação, imposição do destino sem fim.
Nesse banco de jardim, observa os netos,
Tem vontade de fazer parte dos divertimentos infantis,
Mas se lembra que a idade não é branda com o corpo,
E passa seus dias assim, vivendo a vida e esperando o inevitável fim.