A MEIA IDADE
A MEIA IDADE
Minha poesia é jovem em frescor...
Apesar de ser já de meia idade
Eu a escrevo com todo o vigor
Na delicadeza da maturidade...
E nela, de amor não se falou...
Que tem lá a sua bipolaridade
E se quer? Machuca com fervor
Ou agrada-te, se dá-lhe vontade...
Eu que sigo solitário por onde for...
Levo comigo só a minha verdade
E a quem não me acompanhou
Que fique somente com a saudade...
Sou um fruto já quase sem sabor...
Lentamente perco a viscosidade
O meu coração a tudo expulsou
Foi vencido por tanta deslealdade...
De verso em verso vou a compor...
Uma rima desprovida de vaidade
E que mostra-me em meu interior
A cicatriz que da baixa estima arde...
(A MEIA IDADE - Edilon Moreira, Abril/2021)