Elevação
Sou um homem triste,
cujo coração se eleva lentamente de amor
qual uma bolha prisioneira,
numa garrafa de mel.
Sinto-me às vezes,
envolvido por doce esperança,
ora pela espera
que emprestou do absinto, o seu amargor.
E nesse aljube de ilusões
tenho dois corações marchetados
de tristeza tamanha.
Um, é o que contra a minha vontade
insiste em bater,
o outro, é o que apanha e continua a sofrer.
Dispensa saberes vulgares,
se engana com falsos saberes.
Tartamudo com os de classe,
gentil, jamais os fere.
Contudo, me amar quem há de?
Sou um homem triste,
cujo coração anela por ti.
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