Manifesto do poema humanista.
Assim navegamos
Em sorrisos falsos
Assim tropeçamos nas ruas de asfalto
Livres, porém inconsequentes
Corremos, fugimos, bebemos
Nos perdendo completamente...
De maneira impaciente, já não queremos mais ficar na droga do expediente
8 horas e mais 3 horas de transporte público
Sujeira, violência e besteira
Mais um pula a catraca, seja bem-vindo a ruaceira!
Sem tempo para o agora
Estamos em busca do dinheiro
Que só serve para a saciação das necessidades
E arrumar o nosso bueiro
Um barracão, não lembra não?
Três muleke no chão e uma esposa pedindo dinheiro
E desde janeiro sem receber o salário mínimo
Sem acréscimo ou décimo
Uma vida que não se compra nem o mínimo
Destino existe e com certeza vamos ao declínio
Pobre não tem escolha que lhe mova, vive predestinado na burguesia que realiza o verdadeiro domínio
Produz celular, carro, cordão
Causando nos pobres um completo fascínio
E uma ilusão, da qual sem eles estaríamos completamente perdidos.
Isso não é uma poesia comunista
Eu caminho ao lado do pensamento humanista
Que pensa na criança, negro e o frentista
Aqueles que sofrem tanto e que ponderam 24h para não se jogarem na pista...
Mas o mundo não está fechado
Por isso meus versos são um recado
Abra tua mente, seja menos quadrado
O humano é um só, então abraça agora o que está aí do teu lado
Sem olhar pra raça, gênero ou cor
Hitler apontou-lhes uma arma
Por isso digo: seja diferente e o entregue uma flor.