Acaso

Quero lhe entregar tudo.

Quero deixar de crer que tenho o controle sobre as coisas.

Porque em verdade, não há controle.

De todos os botões a serem apertados no painel da vida.

Apenas os de pouca relevância, ou do descontrole,

Estão habilitados para meu uso.

Não quero mais perder tempo,

em receber, ou dar dicas, conselhos, discursos,

De nada valem, se toda manhã o sol nasce,

e num passe de mágica, tudo muda.

Não quero mais a falsa segurança,

De todo aparato material.

Pois quando a bolha estoura,

A dor na alma é insuportável.

Sem culpa, sem remorso,

Quero que o Senhor dos meus atos,

Seja,

Deus?

Acaso?