A última luta da vida

Todos os dias a muitos dias vivo a minha última luta.

A fome!

Eu pensava que morreria de fome, mas a fome não me matou, a fome me chamou para a luta que eu pensei ter vencido, mas era só mais uma etapa desta grande luta, que aparentemente venci.

O desprezo.

O desprezo me ameaçou, me dando golpes certeiros sem mira e errou, mas eu fui ferido mesmo assim, mas era só mais um percalço de minha ingrata luta sem aparente vitória, mas vitorioso por teimosia, continuava lutando essa luta desigual, mas sempre mantendo minha moral.

Mas e o amor!

O amor chegou e mais uma vez pensei ter vencido essa grande luta, mas a decepção me desarmou e derrotas foram se desenhando e minha luta mais difícil ficando, o amor me derrotou, cai mais uma vez, estava ferido pensando que estava fortalecido, confiei em quem não deveria e fraco, mais uma etapa desta luta perderia.

A amizade sim!

A amizade me salvou. Agora sim, com um amigo, venço essa e qualquer outra batalha que surgir, afinal amigo vale mais que um irmão, que decepção, meu irmão era meu amigo, e meu amigo era um irmão e como só pode prevalecer um, perdi o amigo e o irmão de uma só vez, e derrotado tudo se desfez.

Mas e a religião?

A religião seria a minha tábua de salvação, e assim mais forte que o aço seguia como se não temesse o laço, e mais uma vez tudo se desfez. A religião me destruiu como se destrói a imaginação de um pecador que vive em busca de salvação, e tudo ruiu.

Mas a luta final ainda estava se desenhando nas cortinas do tempo e mais uma vez me agarrei aos meus sonhos que teimava em se desfazer, mas dessa vez estou atento, não me deixarei envolver, saberei me desviar e sozinho esse caminho irei trilhar, sei que sou capaz de viver isto e muito mais.

Minha luta final ainda não chegou, mas preparado para ela já estou, sei que vou perder, mas vou dificultar ao máximo o sentimento de dor, vou estar por cima quando essa grande luta se materializar, e sairei vitorioso e aguardarei meu fim ao lado de mim, pois sozinho voltarei assim como sozinho eu vim.

JC Gomes