SEM TÍTULO
Viver dói!
Ser é complexo,
Complexo de ser.
Pensar com consciência
As decisões fluem como
A brisa do mar, que
Traspassa o pensamento,
Deveras salgada,
Muitas vezes, porém,
indiferente e análoga.
Das minhas guerras
Cubro sonhos mortos
Sem sombras.
Reconheço falhas
As repasso à mente e
Às vagas nuvens
Do horizonte.
Existo, enfim, num vazio
Sem imaginar o amanhã.
Ouço a noite, o sibilar do vento
Que me assusta um tanto
Sem amparo real e
A falsa teia... tece e tece.
Around me!
A noite é fria, cessa o vento.
Imagens inconsistentes
Regem uma loucura instantânea.
O mundo s'tá alheio, ao que sinto
Agora. Existir importa,
Mesmo sem confluência humana.
Analiso então a aurora
À trazer-me a calma
E confinar a alma
Ao abrigo, por certo
Terei as perdidas alegrias
Daquele tempo impreciso
De tédios sonolentos,
De vaga doçura e valia.
Viver d' esperar é
Amargar a vida
No cansaço de existir!