Fortalezas de Chumbo

Pergunte ao frio cortante do cosmos

O que é a solidão, o inexistir

Pergunte ao vagar infindo do universo

O que é o degustar desse insípido elixir

Pergunte ao abismo entre as estrelas

O que é a distância de tantas centelhas

Pergunte ao limbo, aos reinos da escuridão

O que é estar apartado dos ecos da criação

Tocar o brilho do longínquo estelar aglomerado

Irromper em zênites de auroras outras,

No manuseio de cósmico arado

Desde o próximo último outono

Desde o agridoce orvalho azul-cromo

Eterno repisar de folhas caídas

Misturando elementos em rochas derretidas

Brumas gasosas, trovões seculares

Moldando da vida a molécula

Fundindo em mistérios a humana fagulha sob infaustos olhares,

Espalhando ao mundo sua horrenda e térrea fécula

É estranho acreditar,

Mas forçoso é constatar:

Respingos estelares mesclaram vida a ódio infecundo

Enclausurando almas amaldiçoadas em fortalezas de chumbo

Isaque
Enviado por Isaque em 22/04/2024
Código do texto: T8046950
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