NÉBULA
Tudo cinzento
Nada isento de solidão
Como se fosse um unguento
Que leva a insana exaustão,
No íngreme desvio entre o absurdo e o caos
Aos nem tão sãos
Aos não tão cãos
Aos não tão vãos
Sem perder a raça e o tom
Sem perder a autencidade
Sem negar o som ou a carne
Sim, eu não sou tão bom
Sim, eu não sou tão mau.
Tudo cinzento
Bolorento, pisando com cautela...
Em meio a indício de quimera
Entre excrementos em lente de aumento
Era pra ser nojento, gosmento, lamacento
Mas só está tudo cinzento
Como cimento no chão...
Como cinzas de cigarro que sujam a mão.