Cardos Cansados
Sofro do mal
do amor inexistente,
e falo com
as paredes
em dias quentes.
Sofro do mal,
do par que som
romântico ouvindo,
desfalece na rede
chorando ou rindo.
Faço libações
ao "Shiva-lingam",
esperando não
mais sofrer do
mal do parque lindo,
onde sento-me
num banco de madeira
a esperar a imagem
do par que some,
do amor que sonho a tarde inteira
e me consome.
Após, vou indo
com o que me resta:
pintar um retrato
de cabeceira.
Sofro então ao
escolher mal a cor
daqueles olhos de pássaro e digo:
"Ah! já sei!
a cor é esta!"
E decido pintá-los,
na cor do cardo malvado,
cujos espinhos
me entressacharam.
.