Equilíbrio
Pode a carpa
respirar todo o tempo
o mercúrio da distância(?)
Se busco a cabeceira
é porque desejo
reproduzir meus versos
Não que eu esteja
a te buscar cachoeira acima
Sei que pra te encontrar
basta boiar
entregar-me
porque tu és a grandeza
do interno mar
E não te culpo pela
descrença sobre o
destino do rio
que arrasta-me
Deus sabe que sou
alucinado pelo mar
porque seu verdor
lembra as montanhas
de nossa infância
E quem te disse
que ela se fora (?)
Que tu pares de ouvir
conselhos sonsos (!)
Uma lagoa azul nos espera
virgem
imaculada (!)
E um dia riremos tanto
ao nadarmos nus
nas águas destas
lágrimas tuas vãs (...)
que os nossos poemas
converter-se-ão
em salmos de gratidão
sem rimas
àquEle que vela
pelas nossas almas (:)
(havidas por infames)
dois salmões
que brincam de pegar
quando eu não
singro rio acima
.