Ecos Vespertinos

Já não ligo pra nada

Se é dia escuro ou noite clara

Me sinto bem, inerte a vida

Sem teu beijo, passatempo

Sopra o vento dentro de mim

Sem sentimentos, calmaria

Colho uma rosa desse jardim

Ouço vozes, respiro

Às vezes, chove, às vezes, faz sol

Vento, vento, espirro

Sou a folha verde no redemoinho

Ser alguém melhor ou ser carrossel

Não importa, nada sorri

Todavia, nada chora

Vivo, nuvem-algodao

Saudade, vontade, solidão

No entanto, continuo aqui

O chão e a estrada

Meus pés descalços sujados

No fim do poema, primavera

Ou será outubro?

Só teus olhos és capaz de ver

Fonema, tristeza, paixão

As horas passeiam

Contando histórias

Seus netos escutam atentos

Imaginação