RENASCER DE MIM
Ouço o silêncio que fala
envolto na penumbra das palavras
Acordo o som que me atormenta
e me castra os sentidos
Vejo nascer o Sol
por entre a bruma
Rasgo horizontes ofuscados
pelo tédio e melancolia
Liberto-me da lama
e das areias movediças
Grito no deserto da multidão
que me envolve
e me asfixia
Renasço do silêncio
do barulho do nada
que se imobiliza
que não se vê
que não se ouve
que não sente…
Desnudo-me
do marasmo em que existo
renasço por fim...
das cinzas da minha morte.
Mário Margaride(Gilberto Fernandes)
14-03-2024