O Sono Esperado
Já li e ouvi poetas tão raros
que escrevem quadras sem palavras
naturalmente tocando o meu corpo álgido e violáceo
como se toda a apocalíptica sobre
a vida fosse fácil de se ler
E como saberei se a manifestação
fora da flora ou dos faunos
se nem sempre posso entender
a voz da surdez cruel das pedras (?)
É sob manto da morte
cosido de peles cortadas
(sobejos de medos descarnados)
que eu me conglobo nas escarpas
um pouco torto ou meio de lado
Rasgo o solo e digo (:)
"nem o licoroso orvalho das uvas
no auge de seu frescor (...)
é tão brando e gentil
quanto o sono que me espera nos prados"(!)
.