Tintas na Poeira: Um Manifesto Contra o Conformismo
Eu poderia estar inconformado,
Mas não me conformo com isso.
Eu poderia estar embriagado,
Mas embriagado escreve dentro de um cortiço?
Não aceito o frio em minha pele,
Nem a solidão que na penumbra me chama pela porta,
Nem o céu que em meus olhos arde,
Quando o sol em sua altivez o cruza.
Não faz sentido o mal me perseguir,
Ou a dor em seus inegrumenos me consumir,
Pois aqui escondido, em meio a traças e antiguidades,
A poeira me protege e o espirro se comportou bem.
Não quero me expor a tais circunstâncias
De incertezas e talvez de um amor vil,
Por uma possível dor que pode não ter remédio,
E meu coração não parece aguentar mil.
Não à incerteza desta vida,
Do calor talvez eu queira me afastar.
Mas não faz sentido o frio em minha porta,
Chamar por mim e ainda me assustar.
Não sei se em mim produzirá remédio,
Para o que pode ser possível,
Mas aqui ficarei por muito tempo,
E perpetuarei a escrita em poeiras densas até que o eu pó exista.