RIO, RIO…
Sob às chuvas
as nossas cidades
flutuam
nas mesmas poças
sobre os viadutos
e nos alagamentos
dos asfaltos
à beira dos riachos.
Aos “longos anos
de inútil verificação”,
meu sobrevivente riso.
No espetáculo
planetário,
apresentam-se
o louco do Musk
e a careca do Moraes.
O quinto e quarto poder
mandam nas cambaleantes
democracias capitalistas.
O riso
é um prazeroso risco
que caminha junto
com a insanidade
e o Estado laico
criará um imposto
sobre a tal felicidade.
Depois de todas
as florestas queimadas
e dos oceanos poluídos,
por metro cúbico
da superfície corporal,
taxarão o oxigênio
consumido por
cada pessoa.
O riso resistirá
e dançará sua valsa
pelo universo.
(“Retrato do Louco olhando através de seus dedos”, Maître de 1537)