RIO, RIO…

Sob às chuvas

as nossas cidades

flutuam

nas mesmas poças

sobre os viadutos

e nos alagamentos

dos asfaltos

à beira dos riachos.

Aos “longos anos

de inútil verificação”,

meu sobrevivente riso.

No espetáculo

planetário,

apresentam-se

o louco do Musk

e a careca do Moraes.

O quinto e quarto poder

mandam nas cambaleantes

democracias capitalistas.

O riso

é um prazeroso risco

que caminha junto

com a insanidade

e o Estado laico

criará um imposto

sobre a tal felicidade.

Depois de todas

as florestas queimadas

e dos oceanos poluídos,

por metro cúbico

da superfície corporal,

taxarão o oxigênio

consumido por

cada pessoa.

O riso resistirá

e dançará sua valsa

pelo universo.

(“Retrato do Louco olhando através de seus dedos”, Maître de 1537)

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 09/04/2024
Reeditado em 09/04/2024
Código do texto: T8037934
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