Só Um Sinal

Ah! má sorte!

Somente uma

mancheia de um

sal extraterreno,

para limpar-me

esta mancha

na debulhada face,

cuja ácida lágrima

fê-la feia!

Tão forte é

o quebranto,

que já nem tapo

inutilmente o Sol

quando releio

os poemas de Ovídio.

E tu, pobre calhandra

a fugir do gavião?

Antes do feitiço,

não esperou-te

o singrante navio.

E nadaste,

nadaste,

em vão!

E se um dia

quando

sobrevoares

a Mégara

em ruínas,

que tu lembres

das pedras

que atiravas no muro

tangendo a lira.

Quão triste é o

meu fim em todas

as histórias de amor!

Sei que esperavas

por um príncipe,

e que te chegara

este sapo,

cuja alma sofrida,

só o meu cão

reconheceu.

Na Bretanha

estou a morrer

envenenado e

anelo ver-te

pela última vez.

Mas cuidado!

Cuidado com

aquela cujas

brancas mãos,

são imunes ao sal.

Por seus lábios

que gotejam cicuta,

ouvirei ao morrer que,

negra, era a bandeira

a drapejar em sua nau

(e que, indiferente,

tu não quiseste

me rever).

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