Sem Atalhos

Tudo a de ter seu tempo,

Nada de pular as fases.

Em cada uma me reinvento,

Absorvendo o que nos trazes.

Tempos imaturos se foram.

Outras colheitas estão por vir.

Outros desejos afloram,

Quantificando meu sentir.

Não afirmo se é mais um dia,

Ou de veras menos um.

Eu sigo à revelia,

Mas prezo o bem comum.

Para alguém, sempre tem flores!

Para todos, sempre há luz!

Eu sei lidar com desamores,

E sobre isto, nunca me opus.

Eu amo a quem me ama.

Torço por quem não me amou.

Eu vejo todo o panorama,

Do tempo que se findou.

Adiante, um novo tempo,

De novas chegadas e partidas.

Tudo, enfim, são contratempos,

Em nossas idas e vindas.

Já não tenho mais apego.

Em tudo deixo fluir.

Eu já não tenho mais medo,

Sou grato por existir.