É a vida que levo, que escolhi, que quero, sonho e tento levar!
É a vida que deixo me levar!
Pra além do Bojador, Boso Hantou, Shangri-la, Bagdá ou 'mais pra lá'!
Uma vida da qual também não se leva nada, mas deixa o seu legado
de uma vida levada na poesia!
Escrita em verso e prosa, feita de castelos de areia ou dos que se constroem no ar
junto com o amor que se concretiza e se faz!
É feita de amor, fúria e som...
Feita de flores, espinhos, paixão, emoção ou com tantas rimas que se possa encontrar!
Uma vida que não é só dele, é pública, de domínio público, 'internético', e de outros quando outras histórias lhe inspiram!
Toda uma vida colocada numa folha, num soneto perfeitamente estrambótico, num poema de versos soltos ou rimados, mas sem solução!
É uma vida boa e ruim, de brisa, de beijo de mulher anjo, de espuma, e na eternidade(enquanto dure) de um inferno de amar!
De mal dos séc'los, gerações, movimentos, desregrada, consagrada, parnasiana, isolada e agitada em culturais agitações!
Dom divino e cujo fôlego provoca suspiros...
Vive em função de alguma musa alheia ou indigna... morre de amor, morre anônimo, renasce e permanece vivo
ao ter seu legado encontrado ou resgatado!
Vida que pediu a 'deuses em desuso', épicos, pagãos e que jazem nas páginas de um livro de história de ginásio!
Vida de quem anda de trem pras estrelas, mas é humilde tendo apenas algumas rimas ricas!
Vive de ilusão, de água de Pirene, à base de cafeína, gafanhotos, às moscas e traças duma gaveta, e toma veneno antimonotonia!
É a vida de quem vive em Utopia, tem um terreno em Arcádia e uma criação de mafagafos!
De quem também tem contas para pagar e canta suas paixões mal resolvidas!
De quem é livre como essas aves que gorjeiam, esses versos que discorrem, e de uma liberdade poética cujas plumas servem para a sua escrita!
Uma vida que não é para qualquer um...
Tem que se estar apto para amar, disposto a sofrer por isso...!
Ser capaz de sorrir por nada, de sentir sem depender dos olhos, enxergar com o coração e ser um dos poucos privilegiados, 'douto' 
No conhecimento das razões desse órgão!
Essa vida de poeta não é fácil... principalmente quando se ama e não vê recepção ou reconhecimento do trabalho(por quem se ama)... 
se tem amor pra dar, mas não recebe de volta, se tem que escandir sem ser muito bom em palavras medir... e ainda ter que procurar 'rimas preciosas' 
ou 'inventar' alguma que fique bem sobre a emenda ou rasura!
De quem é especialista em sua 'função poética' e cujo trabalho é brincar de jogo de palavras, inventar suas próprias, reinventar a 'dos outros', dar novos significados, 
sentidos e finais para suas histórias!
Uma vida que pode parecer fácil para quem prefere viver só com os 'ditames' dessa dura realidade!
Um poeta come 'word salad' com pitadas de psicodélico e pimenta do planeta!
Tem suas necessidades, um coração, alma, também dorme, mas sonha acordado!
Um 'auditor' da tecelagem de saias de normalista, 'tecelão de textão', CEO da 'Confecção de Sonhos S.A';
Tem o seu brevê de sonhador, é acumulador de calhamaços e pescador de ilusões registrado nas estrelas!
Realocado de função, posto ou de sua 'condição de musa' quando poetisa!
Ah, essa vida de poeta...!
Vida de bardo, escriba, cancioneiro, pregador, salmista! 
Um eu-lírico... um 'eu' na vida!
Que trabalha por amor, por um 'qualquer', por algum reconhecimento, visualização, pra levá-los a 'seguir', curtir ou só por um comentário de alguém que nada entendeu!      
Um poeta vive desse jeito ou inventa, fantasia e escreve outro!
A vida de poeta 'não é vida', é um registro, um ensaio, um legado de seus pensamentos, passagens, aprendizados, ensinamentos...
Tudo o que couber num livro, num verso, numa folha e se não couber, vira o 'seu verso'!

 

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