MULHER INDÍGENA HOJE
Não pense que sou frágil
Trago a força da onça pintada
A correnteza do rio
O encante da lua na luarada
Sou a chama que ainda fumega
A mulher que no ventre carrega
Cultura, identidade, sabedoria, educação
Sou a narrativa de uma nação
A língua que sussurrada não se nega
Porque o povo ao memoricídio não se entrega
Sou a força das mulheres anciãs
Que fizeram do silêncio
Uma estratégia de resistência
Sussurando sabedoria
Resistiram a tirania
"Laçadas" nunca mais!
Resistência noite e dia.
Chegamos em um novo tempo
Somos convidadas a lutar
Estamos na aldeia e na cidade
Não perdemos nossa pisada milenar
Com canto e dança
Pela força do maracá
Sejamos a memória contada
Para cultura eternizar
Poema de: Márcia Wayna Kambeba
Abril, 2024