Carente alma, inquieta e solitária.
Oh, carente alma, inquieta e solitária,
Que busca conforto nas asas do vento,
Em cada suspiro, em cada ação contrária,
Um eco de anseio, um lamento.
Quantos corações vagam desamparados,
Nas encruzilhadas da vida a clamar,
Por um abraço, por laços consagrados,
Por alguém que os faça sonhar.
É a carência que nos faz humanos,
Nesse mundo vasto e imenso mar,
Em busca de laços, de afetos, de planos,
Para preencher o vazio a transbordar.
Quanta gente, em um momento ou outro,
Sente a falta de um ombro amigo,
Emerge a necessidade, o desejo que aflora,
De encontrar alguém que seja abrigo.
Então ergo esta ode à carência,
Que nos lembra nossa humanidade,
Que nos faz buscar com insistência,
O calor de uma amorosa amizade.
Que nunca percamos a sensibilidade,
De compreender a dor do coração carente,
E que possamos, com amor e humildade,
Ser a luz na escuridão, presente.