Indagação infinita
Sinto me como o pó,
Com as migalhas
da consideração alheia.
Me torno areia.
Sem valor, sem cor,
Sem jeito, sem amor.
Um farelo de quem
eu poderia ser.
E nas indagações
desse meu jeito de viver…
Imutável, intransitivo,
Que provoca sempre
o mesmo ruído e
ecoa em meus ouvidos
a pergunta sem fim:
— Por que você é assim?
— Acredito que preciso
gostar um pouco mais de mim.