Minha Borboleta (2ª parte)
Tão serena e bela assim a Borboleta voa,
Como um suspiro leve, um sonho em asa,
Levita sobre o silêncio que canta e ressoa
Pelos caules do vento, encontra o lar, a casa.
Tão serena e bela minha Borboleta pousa
Em pétalas de rosa, seu trono tão real,
Qual fogo de vidro, tal realeza desposa
A faísca do instante e eterniza o que é mortal.
Tão serena e bela minha Borboleta dança,
Pelas parcas pradarias verdejantes, em flor,
Como poesia que ao coração toca e alcança,
Em sua graça florida a qual cria um esplendor.
Tão sereno e belo, a Borboleta é este amor
Em cada pousar, em cada voo encantado;
Na alma que se evola além da alegria e da dor,
No refulgir e apagar do relâmpago trovejado.
Tão serena nestas asas divididas e coloridas
A Borboleta baila, tão linda, o jardim da vida;
E, neste bailar, orvalha esta beleza tão vívida
Que é a Esperança que brota desta doce partida.
A Borboleta brota de minha alma e bate as asas,
E beija flores e brisas, borboleteando sobre casas,
Bordando girassóis e arcos-íris em seu voo gracioso,
Brotando águas-vivas e jardins ao novo Éden frondoso.