Semente que não pode germinar, o ódio.
O salão de baile está cheio
mulheres, homens, bebidas, cheio.
Os instrumentos clássicos, tocam,
animam, alegram, tocam.
Há um depósito, cheio.
Silêncio.
Há um lugar que fede,
há mulheres, homens, crianças, sofridos.
Camas de madeira, fria, rija, pérfida.
Desumanidade, banalidade,
O salão fervilha de indiferença egocêntrica, gélida.
Não há música nos campos de extermínios.
Há cheiro de morte, de sangue, de dor, de ódio.
Os comboios trazendo mais e mais e mais...
Restos em meio a cinzas viram húmus na terra
o gosto amargo da maçã que germina
no esgoto humano daqueles que fomentam o ódio.
A pele tem que ser limpa, o sangue puro, alva a alma
é o que querem os senhores do poder... Deram o poder
aos errados exorbitantes e medievais.
O Homem pode gostar de poesias
pode gostar de arte.
Mas não aceita que outra raça a faça.
A raça é Humana, e Humana é a essência da poesia.
Que contraste!