Meu Caminho
Tenho mais dúvidas que certezas,
mais medo do que fé, mais sombra do que luz.
Em cada esquina, um fantasma me fita,
reflexo de diferentes épocas que se desfaz.
Nos estilhaços do espelho, a alma se fragmenta e se limita,
presa em uma história de sonhos jamais.
Mas não se engane, não me iludo
e nem estou perdida, pois tudo é caminho.
Vagando na linha tênue entre o não e o sim, entre a morte e a vida,
contendo incêndios, desejando um amor sem medidas, ou,
a sorte de um coração de pedra que menos sinta e não sangre.
Mas não se engane, não me iludo
e nem estou perdida, pois tudo é caminho.
Confessando emoções ao vento, recitando o teu nome em dois, em segredo.
Subvertendo a realidade, na constância da vontade e do desejo,
minha revolução e minha crença em versos.
Tudo vive em mim, os oceanos que me habitam,
em cada um dos teus silêncios, me consomem.
Superfície calma, tempestade mar adentro, primavera e inverno,
paraíso e inferno, fogo e gelo, paradoxo da existência, tumultuado e sereno.
Mas não se engane, não me iludo
e nem estou perdida, pois tudo é caminho.
E nele eu vejo o mundo, vejo as minhas e as tuas dores, vejo a ti e vejo a mim e o absurdo do que amo.
Não tenho ideia do que fazer com isso, e mesmo assim, não acho estranho.
Pois não há engano, não estou me iludindo e nem tão pouco estou perdida,
sei pra onde estou indo, pois tudo leva a você, então, tudo é caminho.