MADRUGADA, TALVEZ POÉTICA!
E a noite não passa
enquanto chove lá fora
talvez um corpo desnudo, na cama,
chora.
Razões não devem lhe faltar
entre o choro e o que se pensa
esconde algo a se decifrar.
Talvez a alma cansada,
o desespero da dor, da saudade
de alguém que se foi pra não voltar.
Madrugada poética? Quem sabe
até dá pra cantar?!
E como se canta entre o choro
e a garganta fechada
uma canção amargurada
numa noite fechada
às vezes faltando o ar?!
Madrugada poética ?
Só pra ilustrar.
E a manhãzinha parece distante
pra este corpo quase desnudo
rolando na cama
pra lá e pra cá
quem sabe um dia
alguém venha lhe visitar …
- Leila Azevedo - numa madrugada qualquer!