PRUDÊNCIA
Ser ou não ser prudente!
Ter ou não ter medo!
De repente, não mais que de repente,
Há que se manter o segredo!
Minha vida é um livro aberto
Não tenho segredo nenhum a guardar
Já fiz dela um verdadeiro deserto
Como também um verdadeiro mar
Mas agora, como sempre, estou numa gangorra.
Não é medo; é prudência!
É ter os pés fincados ao chão
E ter sempre a paciência
De ter que domar o leão.
É um sentido fingindo da vida
É um rebolado que não tem paradeiro
É uma avalanche perseguida
Pela ideia de ser sempre o primeiro.
Aqui se registra o que não vê.
Aqui é o mais penoso sentimento.
Não é o medo pelo medo.
É prudência até do soprar o vento.
Araguaína - TO, 28 de abril de 2006.