PRUDÊNCIA

Ser ou não ser prudente!

Ter ou não ter medo!

De repente, não mais que de repente,

Há que se manter o segredo!

Minha vida é um livro aberto

Não tenho segredo nenhum a guardar

Já fiz dela um verdadeiro deserto

Como também um verdadeiro mar

Mas agora, como sempre, estou numa gangorra.

Não é medo; é prudência!

É ter os pés fincados ao chão

E ter sempre a paciência

De ter que domar o leão.

É um sentido fingindo da vida

É um rebolado que não tem paradeiro

É uma avalanche perseguida

Pela ideia de ser sempre o primeiro.

Aqui se registra o que não vê.

Aqui é o mais penoso sentimento.

Não é o medo pelo medo.

É prudência até do soprar o vento.

Araguaína - TO, 28 de abril de 2006.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 05/03/2024
Código do texto: T8013455
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