FINAL DOS TEMPOS

Uma nova necessidade posta em órbita

No esvair de um novo século

Em que o mundo deu muitas voltas

E não chegou a lugar algum.

Tudo é tão escuro

Como sempre fora antes,

Mas não mais existem perspectivas

Como já houvera num passado remoto.

Agora é quase puro caos

Instalado aqui e ali.

É uma derrama de sangue inocente

Que provoca uma confusão infinita

E dor por todos os lados.

As crises se repetem em diferentes lugares

Como faíscas de vulcões efervescentes,

E a saída é um beco labiríntico de portas fechadas

Desafiando a tentativa de liberdade.

O conto não é tão belo como antes

Não temos mais aquele espelho para olhar,

Nem mesmo uma luz no fim do túnel.

Tudo é escuridão sem pódio de chegada.

O século que se aproxima

É uma caixa cheia de segredos,

Mas a chave fora jogada fora

E o chaveiro já morreu.

Brasília – DF, 1999.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 26/02/2024
Código do texto: T8007799
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.