FINAL DOS TEMPOS
Uma nova necessidade posta em órbita
No esvair de um novo século
Em que o mundo deu muitas voltas
E não chegou a lugar algum.
Tudo é tão escuro
Como sempre fora antes,
Mas não mais existem perspectivas
Como já houvera num passado remoto.
Agora é quase puro caos
Instalado aqui e ali.
É uma derrama de sangue inocente
Que provoca uma confusão infinita
E dor por todos os lados.
As crises se repetem em diferentes lugares
Como faíscas de vulcões efervescentes,
E a saída é um beco labiríntico de portas fechadas
Desafiando a tentativa de liberdade.
O conto não é tão belo como antes
Não temos mais aquele espelho para olhar,
Nem mesmo uma luz no fim do túnel.
Tudo é escuridão sem pódio de chegada.
O século que se aproxima
É uma caixa cheia de segredos,
Mas a chave fora jogada fora
E o chaveiro já morreu.
Brasília – DF, 1999.