EMBALAGEM
Outra história, outro momento
Outro evento, outra direção
Apenas pulsos regendo o mundo
Que se empolgam de emoção
Mas o “pulso ainda pulsa”
No pulsar da vida alheia
Na coisa feia deste mundo
Que não responde aos apelos
Daqueles excluídos da nova ordem
Que rege e sustenta esta direção
Do caos posto a mesa
Como refeição de cada dia
Daqueles miseráveis e excluídos
Deste novo campo paradigmático
De batalhas sutis
Que matam cada momento
De se viver bem em sociedade
A mesma couraça em nova embalagem
Chega-nos via internet, fonada, postada
Em qualquer lugar, mas nos chega
E é derramada como liquido ácido cortante
Como navalha, para desenfrear campos
Sangrentos nas favelas como um novo
Jeito de ser tão impune essa nova embalagem.
Morro de São Paulo - BA, 1014.