Um Zé
Numa esquina qualquer
Na grande Sampa Babilônia
Se encontra só algum Zé
Não é um herói como se sonha
Trajado de uniforme azul
Ele é apenas mais um operário
Que mora no fundão da sul
Vendo ele ninguém vê o contrário
Subestimado e ignorado
Ele segue calmamente a sua vida
Com o seu pesado sapato
E a sua marmita numa mochila
Mas ele guarda um segredo
Escreve seus versos e é um poeta
Nada na vida lhe dá medo
Pois com suas palavras nada o afeta
Um metalúrgicos forte
Leva os sonhos num bloco de notas
Escrever é a sua sorte
É por onde desenha as suas rotas.