Os seres dos seres, do passado e do futuro.
Olha eu sou eu, adoro ser o que sou, tenho apreço por mim, sou o meu ídolo, o meu grande mito.
Entretanto, sou a ficção da minha imaginação na negação do novo ser que ainda serei.
Olho para minha pessoa, admiro a minha existência, o meu modo de pensar, a minha memória além de dialética é eternamente aberta.
Mudo a cada instante, todavia, conservo o que sou, uso para a minha evolução a dialética triáde de Hegel.
Motivo pelo qual procuro ser o que sou, entretanto, ao ser o que sou, nego o ser que sou, em um processo constante de evolução, passo ser sempre um novo ser, todavia, sem deixar de ser o que sempre fui.
Deste modo, transformarei em um novo ser, sempre negando o velho ser ao afirmar os novos seres, consecutivamente, ad eternitum, até ao fim, exaurindo todos seres.
Cada vez que sou um novo ser, vou superando os velhos seres, formando novas antíteses, em cada tese, outra síntese, outra memória cognitiva formatada.
Portanto, nunca deixarei de ser o que sou no velho ser, quando me transformo em um novo ser, então sou todos os seres possíveis da minha existência.
As minhas variações ontológicas são intermináveis, razões pelas quais cada ser que deixo de ser, passo ser o ser que nunca fui.
Com efeito, sou a mimética dos seres deixados, a exclusão dos seres futuros na negação do meu ser de cada instante, na negação dos novos seres formatados, sendo o objetivo dos novos seres a conservação dos velhos seres.
Deste modo, a eterna superação de todos os seres dos novos seres na eliminação dos seres do futuro.
Edjar Dias de Vasconcelos.