Mesa de Carnaval
No tom do surdo
Tomo meu copo de cerveja gelada
Estupidamente sozinho
Não quero ouvir desaforo
Fico aqui na companhia
Do riso e das gargalhadas
Da familia alheia e mais nada
Um tira-gosto chega
Ao som prato raso que me distrai
A dor das feridas filha da estrada
Que se renova nos dias de semana
Mas, aqui, sou feliz só no riso
Ou na gargalhada dos bêbados solitários
Que se encontram
Nas discussões apimentadas
Dos assuntos provocados
Pelo dono do botequim
Que não deixa cair o movimento
Assim, passo o Carnaval novamente
Samba no batuque da mesa
Acompanha a estrela Clara
Mesmo longe da beira do mar
Passo o dia até que a estrela
Venha me buscar pra admirar
O sereno do nascer do sol no lá