É um mar distante que avisto da janela,
Caravela, barco, barca, retrato na estante!
Com ele seguem as ondas junto com a brisa
e se vai o sol no horizonte!
Mar distante e que ‘dantes’ um errante navegante
precisou navegar ‘dantes’ de viver!
Um mar equidistante de amores impossíveis
sobre ‘terra firme’, mas avistados em Utopia!
Neste mar quero me banhar mesmo não sendo verão!
De mensagens em garrafas quero ser o destinatário,
não temer os corsários e está à deriva da razão!
Num mesmo mar que banha as serras de Shangri-la,
a ‘Ode Marítima’ de Pessoa, de 'Noronha', do semi-árido agreste,
e de Bagdá pra lá!
Um mar distante de tudo como um pensamento apaixonado,
de um Napoleão na Ilha de Elba ou de qualquer prisioneiro
sendo ou não culpado!
Distante como esse lindo céu azul refletido em seu ‘espelho d’água’,
De sereia, do manto de  Iemanjá e das barbas de Netuno!
Distante como o luar do sertão onde é Mamãe Oxum
que em sua ‘camisola amarela’ se deita no leito de um rio!
Mar salgado das lágrimas de uma perda e de um olhar que se perde...!
Mas que num reencontro traz de volta o sentimento num lindo mar-de-rosas!
Distante como o da Galileia até Jesus vir ao encontro de seus fiéis!
É mar vivo sobrevivente do ‘Dia D’ naquelas praias normandas!
Mar bravio, levando, tombando e trazendo navios...
do Bojador, Costa da Mina, Venezuela, Síria, Honduras e de onde haja
Ditaduras que impeçam o canto de um sabiá! 
Distante como os espaços entre a estrofes, entre dois corpos que se separam,
o que é 'desligado' na Terra e é também desligado no Céu...
um mar distante para quem mora nos subúrbios,
como o solstício do equador e para quem vive próximo dele, 
mas não sabe aproveitar!
Mar do sustento do pescador, dos ambulantes e dessas cangas de estampa de fulô!
Um mar distante, infinito e bem próximo de todos por ser onde se originou a vida!
Mar distante, mas avistado na poesia que me tira 
de onde estou para nele me atirar!

 

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