A Poesia que Oculto em Mim
Não sou conhecido pelas palavras que não digo,
Nem tão pouco pelos segredos que guardo em silêncio,
Dentro de mim ele grita, numa voz sufocante,
Entre lágrimas silenciosas e fartas, me reencontro,
Pairando dentro de mim pesadas nuvens, e aceitando o desencanto.
E nas mazelas do mundo, que trago comigo entre linhas errantes,
Já não mais me espanto ao observar que dentro de mim,
Nas dores que deixei existir e persistir no engano,
Já não me vejo mais em retirada, frente ao mal que me encurrala em um canto,
Sentir é o que me faz existir, no corpo ou na alma, o tempo vai decidir.
O silêncio em que me veem por fora, perdido e nostálgico,
Não transparece ao olhar mundano, o ser que precisei forjar por dentro,
Nas palavras que não digo mas sinto, e que crescem dentro de mim,
Se avolumam em proporções inumanas, uma tempestade se forma,
E aquele que me tornei surge em meio a poesias e versos, com o coração em chamas.
Aqueles que pensam conhecer-me por dentro,
Conhecem apenas o eco de tudo aquilo que sou,
Desconhecem minha essência, os sonhos que tenho,
As migalhas que reuni para estar aqui, neste momento,
Assim como eu desconheço o que ainda me faz existir, morrendo.
Palavras não me definem, quando me escondo por dentro,
Julgam-me pelo que imaginam que sabem, mas nada sabem,
Condenam-me pela imagem que criaram em si mesmas,
Mas eu continuo aqui dentro alheio a qualquer sentimento,
Na verdade, ainda vivo porque o que tenho por dentro, me alimenta.