FACADA SIMBÓLICA
A facada era simbólica.
A alegria foi-se embora.
Aqui, por dentro, há uma enorme dor
Que invade a alma
E a deixa sem direção.
A alma queima por dentro.
A solidão é de ranger os dentes.
As informações dão outras contas
E tudo se constitui num eterno vazio
Que amarga definitivamente
Aquele ser humano que só queria viver em paz.
O viver agora não é permitido.
O sonho ao alto foi proibido
E a facada simbólica ainda dói
E as perspectivas dos sonhos, destroem.
Um pesadelo atrás do outro segue
Um caminho meio à escuridão
É verdade que atiça tudo mesmo que negue;
É a semente da nova doce revolução.
Um tanto atento,
Na escureza da vida.
Vai-se com o vento,
Na outra despedida.
Na embriaguez,
Tudo atinge a calma;
No momento da solidez,
A alegria visita a alma.
A facada dói muito no peito.
A solidão de estar sozinho meio à multidão
É algo que me atinge por inteiro,
Deixando-me na eterna dúvida
E meio sem jeito.
Santa Rita do Araguaia – GO, 2018.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, possui vários livros e artigos publicados. É membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense.