Sor Juana Inés de La Cruz
Era o século XVII, a décima musa acusava:
Sois mentes incautas de homens “intelectuais”
Tanta sabedoria,
Mas até hoje
Supérfluos continuais
Refrão - (Monja sábia,
Sois mente inquieta e inquietante,
Incauta jamais)
Século XXI,
Seguimos a lutar
Homens néscios que ora
Não somente acusais
Com suas mentes e mãos:
Bateis;
Estrupais;
Assassinais,
Monjas,
Mulheres,
Milhares
Refrão - (Monja sábia,
Sois mente inquieta e inquietante,
Incauta jamais)
Seguis desdenhando de Tais, de Lucrécia, de Tereza,
de Marieles e presidentas
Sociedade insana
Pobre monja...
Vosso poema segue vivo em nossas entranhas
Refrão - (Monja sábia,
Sois mente inquieta e inquietante,
Incauta jamais)
Sois tão formosa, ó monja
Que adjetivos não vos faltariam
Todavia de incautas nos acusam,
De ingratas, fáceis, levianas
Não sabem que, de dentro do vosso hábito,
Não pecais em sabedoria
Ó, formosa Fênix mexicana
Na Nova Espanha, sequer
Vice-reinas europeias
Tanto nos encantariam
Refrão - (Monja sábia,
Sois mente inquieta e inquietante,
Incauta jamais)
Física, química, matemáticas, antropologia
Como pudestes, Sor Juana?
¡ Dios mío!
Seu saber assusta pela maestria
Assusta, não a mim, não a elas
A eles, por covardia
Direi ELE NÃO
Por mim
Por elas
Por vós
Uma promessa feita em uma casa centenária
De uma avó
Que, como vós, dizia como se fora uma profecia
Refrão - (Monja sábia,
Sois mente inquieta e inquietante,
Incauta jamais)