O MERCADO TEM DONO - Meu coração não.
Escrevo poesia porque não tenho talento para teses.
Geralmente, essas são acadêmicas, longas e precisam explicar alguma coisa.
Sou preguiçoso, e não gosto de explicar nada. Adoro as palavras quando elas deliram…
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A quem pertence
o mal e o bem?
A liberdade
é de qual etnia?
O amor,
qual a sua cor?
A verdade pertence
a qual tribunal?
A inocência
já foi condenada?
A beleza da flor
pertence a alguém?
A justiça social
e a democracia,
quem são os donos?
A fé e a caridade
pertencem
a alguma religião?
E a tal salvação?
A devoção é minha!
Grito desesperado
dos escombros
da minha perdição.
Mas, o altruísmo
e a ética
pertecem a alguma
ideologia?
A poesia
tem senhor?
O respeito
é a qual capataz?
O chicote
do código de barras
flagela sem dó
em escore global.
Há uma certeza
nisso tudo,
a cruz aceita
de braços abertos
a humanidade
em qualquer corpo.