Ampulheta

Areias do tempo, escorrem da adaga.

Esvaem chances de retornar aos erros.

Nunca me vejo diante de espelhos.

Sob o toque do tempo, irreconhecível.

Então são flores que adoecem e morrem.

Restando as feridas de seus espinhos.

Eu contemplo a dor, novamente sozinho.

Sem cores de pétalas ou bons odores.

Assim vou refletindo o tanto crescido.

Temo o amanhã, como o uivo do lobo.

Mergulho minha lã de ovelha no lodo.

Me escondo, me disfarço, eu me aninho.

Clerio de Paula Junior
Enviado por Clerio de Paula Junior em 17/01/2024
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