Ampulheta
Areias do tempo, escorrem da adaga.
Esvaem chances de retornar aos erros.
Nunca me vejo diante de espelhos.
Sob o toque do tempo, irreconhecível.
Então são flores que adoecem e morrem.
Restando as feridas de seus espinhos.
Eu contemplo a dor, novamente sozinho.
Sem cores de pétalas ou bons odores.
Assim vou refletindo o tanto crescido.
Temo o amanhã, como o uivo do lobo.
Mergulho minha lã de ovelha no lodo.
Me escondo, me disfarço, eu me aninho.