Dor
A dor indolor aos olhos alheios
Que não se consome em nossos anseios
Não por livre espontânea vontade
Mas da existência humana , faz parte
Em algum momento , habita em nosso peito
Chama a saudade ou até mesmo a angústia
Daquilo que se teve e não se tem mais
Daquilo que se viveu e ficou pra trás
São tantas as dores que afligem a humanidade
E sem ter como medir sua intensidade
Machuca por fora ou por dentro
Sem dó e nem piedade
E o alívio da dor nem sempre vem com a cura
Desperta sentimentos tristes
Nos leva a loucura
Muitas são as dores duradouras da alma
Muitas são as dores passageiras
Nem pra toda dor há um remédio na indústria brasileira.
Mas quando o remédio é o tempo
A dor ameniza , adormece e ressurge como um vulcão
Nos acompanha por toda a vida
Nos deixando a mercê de algum vilão
Simplesmente, nos fragiliza
Nos deixando numa inferior condição
Muitas das vezes, amargando uma persistente solidão.
Ainda assim , se vive?
Sim, meio que não.
Mabel Junger