Dor

A dor indolor aos olhos alheios

Que não se consome em nossos anseios

Não por livre espontânea vontade

Mas da existência humana , faz parte

Em algum momento , habita em nosso peito

Chama a saudade ou até mesmo a angústia

Daquilo que se teve e não se tem mais

Daquilo que se viveu e ficou pra trás

São tantas as dores que afligem a humanidade

E sem ter como medir sua intensidade

Machuca por fora ou por dentro

Sem dó e nem piedade

E o alívio da dor nem sempre vem com a cura

Desperta sentimentos tristes

Nos leva a loucura

Muitas são as dores duradouras da alma

Muitas são as dores passageiras

Nem pra toda dor há um remédio na indústria brasileira.

Mas quando o remédio é o tempo

A dor ameniza , adormece e ressurge como um vulcão

Nos acompanha por toda a vida

Nos deixando a mercê de algum vilão

Simplesmente, nos fragiliza

Nos deixando numa inferior condição

Muitas das vezes, amargando uma persistente solidão.

Ainda assim , se vive?

Sim, meio que não.

Mabel Junger

Mabel Junger
Enviado por Mabel Junger em 16/01/2024
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