MARCAS DO TEMPO

Ah, este ano de 1996,

Quantas novidades a flor da pele!

A realidade circundante passou por transformações!

Muita conversa que parava o trânsito

De formiguinhas apressadas para o formigueiro

Outras fantasias são postas a mesa

E o cardápio de hoje poderá ser um grande dilema

Entre portas abertas para o céu e o inferno

E uma voz chamando por uma luz

Mas aqui agora a coisa é quase diferente

Em salas escuras percorro outros labirintos

No palavreado de pessoas simples

Sinto uma força viva acima de tudo;

Ainda tenho esperanças de dias melhores

Sei que há tempo para quase tudo

E o travesseiro é o melhor conselheiro

Embora não posso viver apenas de expectativas

Tenho que mergulhar na realidade nua e crua

E vislumbrar por outros horizontes

Neste (i) mundo busco ser um ponto de luz

Outras carruagens passaram às pressas

Outros tempos passantes não mais existem

Existe um remorso em meu coração

Existe uma falha nossa no ar

E uma infinita falta de apetite

Na hora de repartir aquele bolo gostoso

Mas ainda há tempo para quase tudo

Embora os anos continuem passando

E cada dia me encontro um pouco mais velho.

Brasília – DF, 1996.

Aires José Pereira é Prof. Associado II do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis. É Membro Efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense; É Membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e Coautor do Hino Oficial de Rondonópolis - MT.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 13/01/2024
Código do texto: T7975914
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.