CANTO PARA A ESPERANÇA
Não havia mais
a possibilidade
do acreditar.
O anúncio
do último beijo
era uma sombra
tão presente
que me atormentava.
Foram muitos
os desenganos,
e mais uma vez
caía em novas
armadilhas.
Era uma chama
que consumia
as últimas unidades
do vital oxigênio.
Uma combustão
condenada ao
apagamento.
A penumbra
era o prenúncio
da plena e total
escuridão.
Mas, eis que ela
me acompanhava
sempre em volta.
Sorrateira,
quase invisível.
Às vezes, mais distante
e outras bem próxima.
A esperança me foi fiel
o tempo inteiro,
inabalável,
quase imortal.